BIOGRAFIA
Reverendo Padre ABÍLIO GOMES CORREIA (1882-1967)
Nascido na freguesia de Santo Adrião de Padim da Graça, arciprestado e diocese de Braga, no dia 9 de Fevereiro de 1882, Abílio, assim lhe chamaram seus pais, foi batizado no dia 13, pelo Abade Joaquim José Gomes de Oliveira. Era filho de Manuel José Gomes e de Maria Gomes Correia, cujo casamento ocorreu no dia 11 de Novembro de 1877, tendo havido uma licença especial, dado os noivos serem parentes em 3.º grau, ele, viúvo, de 37 anos de idade e ela de 19.
Entrou para o seminário aos 11 anos de idade e aos 20, quando cursava o 3.º ano de Teologia, no Seminário Conciliar, foi iniciado o seu processo de Inquirição de Genere, obrigatório para quem aspirava ao sacerdócio, como era o caso, processo esse que se iniciou a 6 de Novembro de 1902 e que consiste em averiguar se o cidadão em causa bem como seus pais e avós eram de geração limpa, de boa vida e costumes e tementes a Deus. Para além desses quesitos, era também necessário ouvir quatro cidadãos “pessoas prudentes e tementes a Deus, que não fossem parentes nem inimigas do ordenando”. Esta diligência de inquirição, foi feita no dia 15 de Novembro de 1902, tendo como comissário o reverendo Manuel Joaquim Marques Coelho, Abade da freguesia de Mire de Tibães, que inquiriu as testemunhas e como secretário o Padre António José Moreira, da freguesia de Padim da Graça.
O Padre Manuel Joaquim, que serviu de comissário, na sua informação ao Deão da Sé Primaz diz o seguinte: “O ordenando é bem comportado, piedoso e tem dado provas de manifesta vocação para o estado eclesiástico a que se destina e portanto, é muito digno de ser admitido à ordem a que se deseja”.
A sua ordenação sacerdotal ocorreu a 24 de Setembro de 1904, pelas mãos do Arcebispo que então ocupava o sólio bracarense, o Senhor D. Manuel Baptista da Cunha.
Foi coadjutor do padre da sua freguesia natal até 1907, ano em que foi colocado na freguesia de Este S. Mamede, como pároco colado. A sua nomeação teve a aprovação do Rei D. Carlos, tal como consta no livro das mercês do dito Rei, tendo-a paroquiado praticamente durante 60 anos, até 1967.
Durante estes anos, teve uma breve passagem pelo Hospital de S. Marcos, onde foi Capelão, de 1930 a 1938.
Na freguesia que paroquiou durante tantos anos, fez várias obras, destacando-se de todas elas o monumento ao Coração Eucarístico de Jesus, no monte Chamor bem como a monumentalização do lugar, nos seus 50 anos de permanência na freguesia.
Digna de menção e talvez a sua maior obra, é sem dúvida a revista Mensageiro Eucarístico, a primeira revista eucarística que se publicou em Portugal, que fundou em 1915, da qual foi sempre o seu redator, sendo uma das suas máximas: “Visita diária ao SS. Sacramento – Exige uma visita ao SS. Sacramento todos os dias, ainda que seja só de um minuto”. Ele estava 3 e 4 horas todas as noites em adoração.
Faleceu com ares de santidade, pelo menos para o povo da freguesia, no Hospital de S. Marcos, no dia 29 de Junho de 1967, talvez o pároco mais marcante que paroquiou Este S. Mamede, e quiçá o cidadão mais brilhante nascido na paróquia de Santo Adrião de Padim da Graça.
Os restos mortais daquele que foi considerado o Santo Cura D’Ars português, repousam no cemitério da freguesia que amou e paroquiou durante 60 anos, num jazigo de mármore encimado pela estátua de S. Pio X, de que era extremamente devoto.